segunda-feira, 28 de junho de 2010

Samba para uma senhora injustiçada

Desde o início da Copa do Mundo que essa história de bola com defeito me incomoda. Tudo bem que a tal jabulani não é a oitava maravilha do mundo, mas culpá-la pelo futebol marromenos que estão jogando lá na África é, no mínimo, injustiça. A verdade é que craque, craque mesmo, ainda não se viu por aqueles lados do Atlântico.
Ok, você pode até não me dar ouvidos, afinal mulher não entende nada de futebol, não é mesmo? Mas para quem nasceu em plena final do tricampeonato brasileiro e passou a infância no Maracanã vendo o Zico jogar, tá duro de torcer hoje em dia.



* O vídeo foi uma dica da @barbaragancia.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Inferno astral

Uma olhada rápida no retrovisor, uma troca de faixa e, de repente, powwww!!!!

Eis que quase atropelo ou sou atropelada (ainda não sei bem qual a opção correta) por um motoqueiro.

Estaciono, pergunto se o rapaz está bem e verifico o estrago no meu carro. “Vou chamar a polícia”, aviso. A partir daí começa a diversão.

“190, boa noite!”. Explico o ocorrido e solicito a presença de uma viatura para registrar a ocorrência.

“Qual é o endereço?”

“ Rua Barata Ribeiro, em frente ao número 259”, respondo.

“Qual é o bairro?”. Hummm, começamos mal.

(Se você não é do Rio, eu explico. Essa rua é uma das principais de Copacabana, o bairro mais famoso do Brasil. Se você vier para cá, necessariamente, vai ter que passar pela Avenida Atlântica (a da praia), pela Nossa Senhora de Copacabana, que faz a ligação zona sul-centro, ou pela Barata Ribeiro, principal via do centro para a zona sul).

Dou a dica, então: “Copacabana”.

“Onde é que a senhora está?”. Humpf! Além de perdido, é surdo. Repito o endereço.

“UM PONTO DE REFERÊNCIA, senhora! UM PONTO DE REFERÊNCIA!”

“Não precisa gritar!”, digo (ok, eu deveria ter adivinhado o que o infeliz queria).

10 minutos depois, chega a viatura. Dentro, uma caricatura do Guarda Belo (só que com bigode) e seu fiel escudeiro, um policial aprendiz.

Conto o que aconteceu, entrego os meus documentos e espero o preenchimento do formulário, enquanto o Guarda Belo explica ao aprendiz os procedimentos nesse caso.

Lá pelas tantas, Guarda Belo me diz: “Agora preciso fazer aquela pergunta que mulher detesta. Qual é a sua idade?”

“39 até a semana que vem.”

Ele franze a testa e me encara: “É mesmo?”. “Sim, senhor. A identidade não me deixa mentir”.

“Estado civil?”

“Solteira”.

“Como esses homens hoje em dia são uns frouxos. Uma mulher dessas solteira”, dispara Belo.

E aí, pela primeira vez, Watson, o aprendiz, se manifesta sem nenhum pudor: “É por isso que ‘tá bem. Se fosse casada já ‘tava acabada”.

Espanto. Começo a achar aquilo engraçado.

Belo se afasta para conversar com o motoqueiro. Enquanto isso, o aprendiz se empolga: “Quer dizer que a Andréa é contra o casamento?”

“Não sou contra nada, não. Sou apenas solteira”.

“Trabalha por aqui?”

“Não, no centro da cidade”.

“Mora por aqui?”, diz jogando charme.

Ai, meu Deus! Watson está me cantando, penso. Respondo com um lacônico não, crente que encerraria o papo assim.

Mas Watson não se intimida: “O que você faz? Qual a sua profissão?”

“Sou jornalista”.

Foi o balde de água fria que eu precisava para acabar com a saliência dele.

“Ih, jornalista não gosta de 'puliça', né?”

É, seu puliça, guarde o charme para a próxima.

...

Fora o susto e o prejuízo de uma lanterna trincada e uma mossa na lateral, o acidente serviu para eu me dar conta de que precisei de 40 anos para aprender a não levar a vida tão a sério. Que venham mais 40! Já estou pronta para me divertir.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Mais um vídeo da série "sua casa não é pequena, você é que não tem criatividade"!