segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Feliz recomeço

 


Na última semana mergulhei no #percursofemme, proposto pela consultora Letícia Becker. Como nada é coincidência, como ela mesma diz, a proposta de deixar aflorar livremente a energia feminina caiu como uma luva para mim, que já há alguns meses venho resgatando meu lado mais "mulherzinha", digamos assim. 

Eu nunca fui uma menina rosinha. Coisa de quem é muito mais yang do que yin. Desde criança ouvi dizerem que sou forte. Até acho que sou mesmo, mas não sei se por natureza ou por me obrigar a cumprir esse papel, já que era o que esperavam de mim. Nunca gostei de chorar na frente dos outros. Então, me trancava no banheiro para deixar as lágrimas caírem livremente sem ninguém ver ou esperava todos dormirem para chorar à vontade. Assim, no dia seguinte, podia colocar a culpa dos olhos inchados no sono. 

Sempre me faltou paciência para o nhénhénhem das fofoquinhas de menina e achava muito mais divertido sentar no fundo da sala com os meninos mais bagunceiros da turma. Eles até guardavam o meu lugar no meio deles. Discutia futebol (desculpem, mas já nasci sócia do Flamengo e cresci dentro do Maracanã, vendo Zico, Junior, Andrade, Adílio, Leandro e Raul jogarem; era impossível ignorar o futebol naquela época) e sempre gostei de carro. Eu era a CDF no meio da "turminha da pesada". Talvez fosse a minha maneira de inconscientemente transgredir.

Mas, ao mesmo tempo, adorava bonecas (gosto até hoje), de brincar de casinha e professora, fazia balé e era apaixonada pelo Baryshnikov (que perdeu espaço para o Montanaro na minha adolescência, qdo comecei a me interessar mais pelos rapazes de ombros largos, braços e pernas fortes e resolvi trocar o balé pelo vôlei). Com 10 anos já frequentava a manicure e tinha unhas compridas, minha maior diversão era me perder no balcão de bijuterias da Mesbla ou Slopper e torrar na praia regada à óleo de côco e urucum (se você é xóven, corre para o Google para saber do que e de quem estou falando nesse parágrafo).

Ou seja, eu sempre fui uma contradição ambulante.

Quando mais jovem, gostava de minissaia, tops, roupas coloridas e não me preocupava se eventualmente um look fosse mais sexy do que o normal. Depois dos 30 e com a responsabilidade no trabalho cada vez maior, troquei o colorido pelo preto, cinza, nude, marrom, passei a cuidar para que as roupas não fossem provocantes, os acessórios passaram a ser usados com mais parcimônia e os vários anéis e pulseiras foram substituídos por peças mais statement, com mais peso. 

Nunca deixei de ser feminina, mas o yang passou a falar ainda mais forte e não à toa ganhei o carinhoso apelido de Andreinha pitbull. rsrsrsrs É que a menina que foi criada para ser uma mulher independente levou à risca a sina traçada para ela e equivocadamente achou que tinha que abraçar o mundo com as pernas, matar todos os leões do caminho e rosnar para tudo e todos que a ameaçassem.

Deixei passar o tempo da maternidade e, talvez para compensar, me ocupei de cuidar dos que me cercavam, resolver problemas que não eram meus e comecei a me ressentir de não ser cuidada, do fato de a minha (ainda que camuflada) fragilidade não ser vista e de não ter ninguém para me pegar no colo.  E nesse turbilhão me perdi de mim.

Precisei enfrentar o que existe de mais obscuro em mim e todos os meus piores pesadelos para me reencontrar. Nesse processo, me olhar de verdade foi o mais difícil (ainda mais com a menopausa batendo na porta), mas também foi libertador. Aos poucos fui me reconectando com quem sou e com quem quero ser. Me cerquei de tudo o que me lembrava a velha Andréa: roupas, acessórios, arte, moda, minhas Blythes, decoração... As roupas voltaram a ganhar cor, os problemas alheios deixaram de ser minha responsabilidade, meu conforto passou a ser prioridade e ter tempo para mim virou fundamental.

Isso quer dizer que me tornei egoísta e egocêntrica? Não, mas me permiti entender que não tenho que carregar o mundo nas costas sozinha e que, às vezes, preciso e quero colo. Se a gente só mostrar fortaleza, como o outro vai saber que também queremos mimo? 

Deixei de ser yang? Também não, é da minha natureza. Mas entendi que trazer para perto mais elementos do universo feminino me ajudariam a deixar a vida mais leve. Já não estranho estampas floridas, cadernos cor de rosa, flores pela casa. 2022 começou em novo endereço, no CEP e aqui dentro de mim.


quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Hora de serenar


A alma pede silêncio.
A mente não suporta mais a tormenta de pensamentos.
O coração precisa serenar.


Foto: Bandeiras de oração no Templo Budista Chagdud Gonpa Kadro Ling, em Três Coroas (RS).

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Ano novo


O planeta Terra demora 365 dias para dar uma volta completa no sol, mas quantas voltas a vida pode dar em 365 dias? Tenho pensado muito nisso na última semana, talvez reflexo do fim do inferno astral.
O último ano foi intenso, do jeito que geminiano gosta. Tomara que esse que está começando seja ainda mais animado. Pode chegar, que eu já estou pronta!

terça-feira, 1 de maio de 2012

It´s up to you, baby

É isso aí. A vida é feita de escolhas. Você tem que fazer uma escolha para aproveitar as oportunidades. Só assim as mudanças acontecem. Eu já escolhi. E você?

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012