quarta-feira, 11 de junho de 2008

Generosidade

"Nas horas vagas de não te amar
as crianças viram sisudos adultos
as flores, tímidas, se escondem nos caules
o sinal se distrai no vermelho
a mãe esquece o ferro na roupa da filha
o relógio capenga uma hora
os quadros, tristes de dar dó, não querem ser vistos
o porteiro não responde ao bom-dia
a calçada afunda os pés
a ferida mantém-se dor
a nuvem não passa e chove a mesma lamentação
o sol perde o bonde de vir, ai que o dia custa a passar.

Pelo bem-estar do mundo
não pelo meu
sou todo o tempo de te amar."

Jacinto Corrêa (sempre ele)

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